O meu novo projecto, ser mãe!
Quinta-feira, 28 de Setembro de 2006
Vestido
Hoje não resisti, vesti um vestido a Iara !
Desde que foi para o infánrio tenho-a vestido sempre de calças. Anda o dia todo no seu gatinhar de rastos, por isso as calças era o mais indicado.
Mas já tinha saudades da minha princesinha vestida de menininha. Fica tão bonita!
sinto-me:
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2006
Manha
Gostava que este blog fosse mais do que um registo das minhas experiencias , muitas vezes menos boas – porque será que as valorizamos tanto?!
A minha intenção era trazer para aqui vivencias e aprendizagens que, talvez , possam servir de orientação e consolo para outras mães. Por vezes precisamos de saber que não somo as as únicas a viver determinadas situações para acreditarmos que é possível ultrapassa-las.
Ontem li um artigo que gostava de partilhar, era sobre a famosa MANHA. Manhoso é pensar que um bebe de meses já tem esse instinto perverso .
Os bebes, quando choram é porque de alguma forma se sentem desconfortáveis . Não deve ser nada fácil sair de uma barriga quentinha e confortável para um mundo onde tudo é gigante, cheio de obstáculos intransponíveis e onde não percebem a nossa linguagem.
O choro é a sua única forma de comunicação, cabe-nos a nos tentar perceber. Virar simplesmente as costas, sobe a desculpa que “é manha “ é muito cruel e desumano.
Por vezes o bebe pode sentir-se desconfortável ou com medo, mas não consegue raciocinar para ultrapassar esse medo como os adultos, por isso cabe-nos a nós conforta-lo, para que esses medos e desconfortos não se transformem em frustrações futuras.
Deixar o bebe a chorar, para que ele aprenda sozinho só vai criar a sensação de desamparo e rejeição . É muito mais proveitoso que o bebe aprenda pelo lado da compreensão, vai crescer muito mais seguro e confiante.
O bebe que se sente confiante, não está sempre a chorar para chamar à atenção , sente que tem o que precisa quando precisa, por isso é mais calmo e menos ansioso .
No hospital um pediatra disse-me uma coisa que recordo muitas vezes. Ainda a Iara era uma recém-nascida e ele aconselhou-me a não esperar que ela chorasse com fome, devia perceber os horários dela para os poder antecipar pois assim ela incutia desde cedo que não era preciso “falar alto” quando queria alguma coisa, e aprendia a confiar na mãe, pois esta dá-lhe sempre o que ela precisa .
Resumindo, não há que ter medo de dar amor e atenção!
sinto-me:
Terça-feira, 19 de Setembro de 2006
Está doentinha a Iara
Ontem a constipação levou a melhor. Deixou de ser só o nariz entupido e a tosse, apareceu um bocadinho de febre. Tivemos que ir ao médico. Ela ainda é muito pequenina para se encarregar sozinha destas maleitas.
Agora vamos ver se ela é forte para evitar o antibiótico, por enquanto ainda não toma, mas se a febre persistir vai ter que ser.
Apesar de já estar medicada passou muito mal a noite, acordava constantemente e tinha dificuldade em pegar de novo no sono. De manha, ao contrario do costume, acordou muito mal disposta, em vez do sorriso aberto com que me premeia todas as manhas, hoje acordou muito rabugenta. Com muita brincadeira a coisa lá se compôs e quando chegou ao infantário já estava tudo bem, ficou muito bem com a Dina.
Seria melhor se pudesse ficar em casa, mas é complicado nesta altura ficar em casa, ainda à pouco começamos a trabalhar. Também não é muito tempo, o pai vai-a buscar depois de almoço.
A sociedade é muito exigente, exige que sejamos pais extremosos , trabalhadores dedicados, cidadãos cumpridores... Por isso às vezes é preciso deixar de procurar freneticamente o excelente, para podermos continuar a ser "O melhor possível ".
sinto-me:
Terça-feira, 12 de Setembro de 2006
Angustia
Quem julga que os bebes são seres desprovidos de razão está muito enganado.
Hoje, a Iara não me queria deixar sair de casa. Estava na cama com o pai, mas sabia que a minha ausência não ia ser como as outras. Sabia, que agora as minhas despedidas tinham um novo significado, por isso chorava de cada vez que a largava.
Ainda só ficou um dia no infantário, mas já percebe que as coisas mudaram, quando me vou embora, não volto logo. Já sente a angustia da separação. Como eu sei o que isso é, também eu a sinto, mais ainda por a ver sofrer.
Segunda-feira, 11 de Setembro de 2006
Separação
Parece que me falta qualquer coisa dentro do peito.
Hoje é o primeiro dia de Infantário para a Iara . Na semana passada já não estive com ela, mas deixei-a com a avó, e com a tia, é diferente.
Não sei se foi reacção à separação ou se é da idade, a Iara começou a rejeitar o colo de quem não conhecia, chora mesmo se lhe pegam. Ainda à pouco tempo ria-se para todos, desde que lhe dessem atenção.
Logo agora tenho que a deixar assim, com desconhecidos.
A primeira reacção às investidas da educadora foi de rejeição, não quis sair do colo do pai. Depois ficou muito bem sentada no meio dos brinquedos, a ver os outros meninos. Foi assim que a deixamos.
Como será, que ela vai reagir quando sentir que já lá não estamos?
Que está no meio de desconhecidos? Será que vai ter uma sensação de abandono?
E quando tiver sono?
E vai comer a sopa, num meio completamente novo, sem nenhuma referencia?
Que se passará naquela cabecinha? Será que nos perdoa?
Vai ter que ficar lá tanto tempo. Não vou poder ir busca-la antes das 4:30h , e não sei se o pai pode ir antes. É violento para o primeiro dia, para ela e para mim.
Mas a vida é assim, sem compaixão. Resta-nos viver com intensidade os momentos bom e suster o fôlego nos maus.
Neste dia, à 8 meses ainda a tinha muito aconchegadinha aqui dentro. Ela já tinha pedido para sair, e não faltava muito para ganhar o seu ar, a sua vida.
Agora 8 meses, depois e sem que ela peça, dou-lhe outro colo, e a minha ausência , será que me perdoa?
sinto-me: