Apesar de já ter quase 11 meses, os dentinhos da Iara ainda não deram sinal de querer nascer.
Não é que lhe façam falta, mesmo sem eles ela já mastiga muito bem. Faz uma caras tão engraçadas a mastigar a comida.
Come muito bem pão, arroz, peixe e até fruta. Ontem não quis comer a fruta moída , depois à mesa comeu metade da minha pêra .
É muito engraçada a comer, mastiga muito bem e o que não consegue põe cá fora, não engole nada inteiro!
E tem muita força, já me deu algumas trincas e mesmo sem dentes aperta com força!
Ontem a Iara ficou na creche muito sorridente e até me disse adeus. Já não tem problema nenhum em ir ao colo da educadora, nem em ver-me virar costas, já tudo foi ultrapassado e até se despede sorridente.
Ontem foi um dia especial, porque eu estou a fazer uma cura sem carro e como chovia de manha, apanhamos boleia do papa. Assim chegamos à creche pouco passava das 8:00h .
Dei-lhe lá de mamar, ainda brinquei um bocadinho e depois despedi-me dela para ir trabalhar.
Quando estava à espera de um berreiro para despedida ela abre um grande sorriso e acena com a mão para se despedir, claro que fiquei aliviada com a boa disposição.
Hoje voltou a premiar-me com um sorriso e um tchau.
Assim fica tudo mais fácil!
Ontem à tarde a Iara não conseguiu dormir, disse-me a educadora, e a culpa foi do bebe.
Ela estava atentar adormecer o bebe, mas como o bebe não dormiu ela também não!
O bebe é uma boneca que ela tem na creche.
Um dia destes, quando lá cheguei, ela estava imitar a educadora que dava de comer à Ritinha, dando de comer à sua bebe. Parece que ontem tentou adormece-la.
O mais engraçado é que em casa nunca a tinha visto pegar em bonecas, só lá tenho uma, é uma boneca de trapos, mas não a costumava dar, porque ela agarrava no cabelo de lã e ficava com as mãos cheias de fibras.
Ontem dei-lha para ver a reacção e lá se pôs ela muito amorosa a tentar adormecê a boneca .
É mesmo menininha!
Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.
É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és nao vem à flor
Das caras e dos dias.
Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Hoje batemos o recorde de distancia entre nós!
Eu e a Iara estivemos separadas por mais de 300Km !
Eu fui a Lisboa fechar uma etapa da minha vida!
... que novas etapas abrirei eu?!
Iara antes de ser sereia era uma índia guerreira, a melhor de sua tribo. Seus irmãos ficaram com inveja de Iara pois ela só recebia elogios de seu pai que era pajé, e um dia eles resolveram tentar matá-la. De noite quando Iara estava dormindo seus irmãos entraram em sua cabana só que como Iara tinha a audição aguçada os ouviu e teve que matá-los para se defender, e com medo de seu pai fugiu. Seu pai propôs uma busca implacável por Iara. E conseguiram pegá-la, como punição Iara foi jogada bem no encontro do rio Negro e Solimões, os peixes a trouxeram a superfície e de noite a lua cheia a transformou em uma linda sereia, de longos cabelos negros e olhos castanhos E ela viveu em seu rio cantando com sua linda voz.
ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1
A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que, ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.
1. Sociedade e Cultural - Enciclopédia Compacta Brasil - Larousse Cultural - Nova Cultural - 1995
Hoje depois de chegarmos da creche, vejo a Iara a gatinhar de rabo no ar, sem pousar os joelhos, só com as mãos e os pés apoiados.
Achei piada, pensei que estava numa nova fase do gatinhar.
Mas estava enganada, o problema era o vestido!
O vestido é aberto atrás, por isso quando ela se põe de gatas fica-lhe de baixo dos joelhos e prende-lhe os movimentos.
Ela resolveu o problema rapidamente, levanta os joelhos!
E lá vai ela de rabo no ar.
Acabei de dar a sopa à Iara e ainda estou limpa, sem sopa na cara, nem na cabeça. Bom um pouco de maça na camisola, mas nada de significativo!
Como é que consegui? Bem primeiro abandonei a cadeira, na cozinha em cima do lava loiça ou no armário tem muito mais coisas para explorar e enquanto isso, lá se vai comendo.
Vale tudo, hoje foram tabuleiros, frascos de especiarias, garrafas de água e os frascos de xarope dela. Mas já tenho usado a esponja, o esfregão e até o frasco de detergente da loiça.
Desde que funcione vale tudo. Assim tenho conseguido faze-la comer mais, sem transformar a hora da refeição numa batalha.
Não gostava de entrar nessa guerra da comida, eu sempre comi muito pouco, por isso a minha mãe e a minha avó desesperaram-se para me dar de comer. Eu lembro-me que detestava a hora da refeição, por isso comia menos ainda.
Não queria com a Iara cair nesse ciclo!
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