Depois da minha ausência, a Iara anda muito mimalha.
Estadia em casa dos avós, mudança de rotinas, muitas prendinhas no regresso deixaram-na muito exigente, por tudo gritava e refilava.
Ontem cheguei do trabalho exausta e ela não desarmava, muitos gritos, muitas birras com o irmão deixaram-me de rastos.
Na hora de levar o mamo a casa, depois de uma enorme birra a exigir um chupa-chupa, decidi que tinha que tomar o controlo da situação antes que descambasse de vez.
Quando ela se preparava para acompanhar o papa até casa do irmão agarrei nela e disse NÂO! Portaste-te muito mal por isso ficas!
Berrou, vieram as vizinhas ver o que se passava, mas ficou.
Quando finalmente se acalmou e fizemos com calmas as rotinas antes de deitar, pude-lhe explicar com calma o porque do castigo e ela ouviu-me com calma.
Como por magia hoje estava incrivelmente calma, brincou sossegada com o irmão e depois foi leva-lo a casa.
Não sei se foi consequencia do castigo de ontem, mas de facto hoje esteve muito bem comportada, já não me lembrava de um dia tão socegado!
Felizmente há dias assim!
Já conto as horas para chegar a casa.
Hoje a Iara voltou a pedir-me para a ir buscar, não consegue perceber porque que desapareci. Mas logo a seguir perguntou-me pelas prendas, disse-lhe que tinha uma mala cheia ficou toda contente.
Passada esta semana e apesar das saudades mutuas acho que foi uma experiencia muito positiva. Positiva para mim, porque vi-me confrontada com novas situações e desafios, mas também por o distanciamento que consegui dos problemas quotidianos. Positiva também para a Iara, porque aprendeu que nem sempre as pessoas estão perto dela e à sua disposição, no entanto continuam a existir.
Depois do entusiasmo inicial com a partida da mama no avião, da ilusão de que todos os aviões que passam tem a mama lá dentro, agora a minha pequena Iara foi atacada pela corrosiva saudade.
Não consigo que digam mais nada no telefone que não seja - "Anda cá mama, anda, anda agora"
Tento explicar-lhe que não tenho o avião, mas ela volta à carga, não consegue perceber porque que não vou ter com ela.
Bem deixa o telefone e vai brincar alegremente, mas as palavrinhas dela ecoam nos meus ouvidos, não vejo a hora de voltar, para lhe dar um enorme abraço.
Hoje finalmente consegui um pouco da atenção da Iara, consegui que falasse ao telefone comigo.
Perece que anda a dizer a toda a gente que a mama foi trabalhar no avião, quando voltar não vai faltar quem me pergunte se agora sou hospedeira.
No telefone a voz dela pareceu-me ainda mais meiguinha que o costume. Quando lhe disse que tinha comprado uma prenda de princesa para ela, desatou a rir e foi embora!
Hoje a Iara acordou com a fralda seca, e eu tão longe sem lhe poder dar uma abraço de parabéns.
Nem sequer quis falar comigo ao telefone, quando voltar já nem sabe quem sou!
Nunca estive tão longe da minha menina, nem por tanto tempo!
Ainda ontem a deixei e já estou cheia de saudades, e ainda faltam tantos dias para a ver.
Hoje dei por mim sentada em frente a um parque infantil a matar saudades das tuas brincadeiras!
Podia aproveitar para ser eu, para me libertar, mas uma dorzinha aqui no peito não me permite esquecer que estou longe de ti.
Hoje, já estava para sair quando acorda a Iara e vem ao meu encontro.
Fui deitar-me um pouquinho com ela, ela ainda estava muito ensonada, ainda pediu para apagar a luz, mas logo despertou e queria era brincadeira. Expliquei-lhe que tinha que ir trabalhar e claro disse-me logo que queria vir comigo.
Tentava explicar-lhe que não podia ser, que já estava atrasada, mas sabem como são as miúdas, insistia que queria sair comigo.
Tentei a ajuda do pai, mas nada, estava impróprio para sequer abrir bem os olhos.
Bem, negociei com a Iara que me podia ir levar à porta e ela concordou.
Abriu-me a porta, deu-me um beijo e um abraço e convidou-me a sair, ainda hesitou em fechar a porta, mas um beijo, mais outro e lá fechou a porta.
Fico sempre muito surpreendida com esta atitude responsáveis da minha princesa.
Quanto ao pai, continuava a dormir preguiçosamente
Depois de 15 curtos dias de férias, cá estamos de volta ao trabalho.
Foram 15 dias de mama e papa, a Iara estava a precisar, adorava acordar e ver que não me tinha ido embora, estava sempre disponível para todos os programas, chegava ao fim do dia cansada de tanta novidade e adormecíamos agarradinhas.
Muita piscina, a inseparável bóia, não havia quem a tirasse da agua, por sorte a mãe é como ela, duas peixinhos, sempre a escapar para dentro de agua, ou não seja ela uma Iara.
Agora, enquanto a escolinha não começa esta em casa dos vovós.
Ontem ficou toda contente, mas hoje já queria vir connosco, já está com saudades.
Agora avizinhasse meses de muito trabalho, ai fico cansada só de pensar!
ambiente(1)
angustia(10)
animais(4)
aniversario(1)
arte(5)
artesanato(13)
artistas(1)
bata(3)
bibes(4)
carnaval(1)
ciencia(1)
comer(6)
conquistas(44)
creche(3)
desafios(3)
doente(1)
educação(9)
escola(1)
eu(24)
f(1)
falar(1)
feltro(4)
feltros(2)
festas(21)
flores(2)
fotos(5)
frases(1)
grillo(1)
kefir(1)
livros(1)
luz negra(1)
medo(2)
momentos(32)
mulher(26)
natal(2)
nome(4)
palavras(1)
papa(1)
pintura(1)
piscina(1)
poesia(2)
porto(2)
portugal(1)
projectos(1)
sal(1)
saude(5)
sono(3)
teatro(1)
vestido(4)
vicios(1)